quinta-feira, 2 de junho de 2016

THE ULTIMATES MATTER

Então. Resolvi voltar (de novo) com o blog pra poder escrever mais sobre representatividade nas HQs. Sinto muita falta disso na maioria dos sites brasileiros sobre o assunto e... A maioria dos poucos que abordam isso tem somente carinhas brancos zoados escrevendo (A verdade é uma só.). Por isso, tentarei escrever algo semanalmente acerca de algum título, personagem e tal... 



...Começando por The Ultimates
Bom, eu é que não vou ficar apresentando a coisa toda - tem trocentas postagens por aí e você pode ler a Wikipedia. Mas vale lembrar que, por ora, o título é roteirizado pelo muito competente Al Ewing e desenhado pelo incrível Kenneth Rocafort. Os caras representam.

Para quem acompanha quadrinhos, mas não se ligava nesse aí - começou a ser publicado ano passado, nos EUA, e acho que não tem sequer previsão pelo Brasil... -, o nome deve lembrar de Os Supremos. Porém, a única semelhança, diria eu, é que a atual equipe do universo-616 também lida com ameaças tremendas (e de nível cósmico), como o Galactus aí abaixo sugere... Fora que alguns deles não se importam em explodir alguém pra coisa funcionar. o.O


Aliás, não vou citar spoiler direto algum. Espero muito que vocês leiam isso em encadernados lindões em uma vindoura edição nacional...

Caindo direto na questão da diversidade e da representatividade neste título, há três aspectos que considero muito importantes. Primeiramente, é um grupo basicamente negro - com a óbvia exceção da Carol Danvers, mas ela é uma exceção para todos os aspectos... - e overpower! Blue Marvel, Miss America e Monica Rambeau são os tipos de personagens que, sozinhos, podem afundar um continente ou fazer um deus alienígena chorar num canto... E eu amo isso! Tipo, temos quatro ícones que representam, de uma forma ou outra, ideais da literatura e, até mesmo, do movimento negro.

Por exemplo, não dá pra dizer o quão afrofuturista são os conceitos do Pantera Negra e do Blue Marvel. O Pantera é óbvio pra muita gente - rei, "ninja" e super-cientista. Adam, o Blue Marvel, é outro super-cientista, mas com níveis de "deus solar". Na boa, a Marvel tinha que explorar ainda mais tais conceitos, mas o público de quadrinhos... Pffft. E nem vou entrar na questão de cinema e seriados...



Além disso, temos a extremamente poderosa Espectro, a bem humorada Monica Rambeau. Uma mulher negra, ex-militar, a PRIMEIRA Capitã Marvel e que nunca foi sidekick de ninguém - assim como o Pantera, o Blue Marvel e a Miss America. Porém, as pessoas só dão destaque e querem filme da versão branca-e-loira... Tem dias que eu quase bloqueio algumas amigas por causa disso... :P Além disso, o fato de Monica ser, praticamente, um avatar da luz dá toda uma nova proporção ao seu conceito e personagem - e à representatividade, afinal.

Por fim, a personagem mais recente desse bonde - os demais existem há coisa de 30+ anos -, Miss America, é uma aventureira multiversal distribuidora de socos. Cês terem ideia, tem um quadrinho quase minúsculo de uma das edições que dá a entender que ela soqueou uma entidade cósmica maligna muito conhecida - e "voltou pra contar a história". Não falarei muito nisso, mas só o subtexto desse acontecimento é genial...!


Na boa, não tem como não se sentir muito representado por esses personagens. Apesar dos autores não representarem muito - aliás, as editoras em geral têm um problema sério com isso -, tanto o texto quanto a arte tem elevado muito a proposta e a representação no título - assim como conta pontos para editora, afinal. Entre literatura, quadrinhos, filmes e games, há poucos casos que você pode olhar e pensar "Poxa, esse personagem é o que quero ser, fazer um cosplay e, DE QUEBRA, já se parece comigo!" - tipo, só  para mencionar as "origens" do cosplay, achar um personagem negro/de pele escura não ridicularizado em algumas produções artísticas é de, bom, ficar doente.

Como diria a Bey, "you can be a black Bill Gates in the making", e ver um pouquinho disso numa mídia como essas é bom demais. E, aqui, temos uma adolescente negra que pode, supostamente, encarar o Thanos!



E isso é maravilhoso. 

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